Não é necessário muito esforço para lembrar o rebuliço que foi a chegada do aplicativo Uber como alternativa ao transporte caótico em grandes cidades.
Simplesmente um serviço melhor, mais barato, e que com sua eficiência conquistou o público rapidamente.
Manifestações de taxistas, carreatas e tentativas de imposição de legislação não foram capazes de barrar o avanço da tecnologia que já havia caído nas graças do usuário.
Com o chamado “Open Bank” a perspectiva não é diferente.
O Banco Central do Brasil – Bacen, apresentou em maio as regras e fases de implementação do chamado Sistema Financeiro Aberto, ou Open Bank como se popularizou.
Após a autorização do CMN (Conselho Monetário Nacional), órgão superior do Sistema Financeiro Nacional, o Bacen divulgou a data de início da implantação do sistema, que se dará em novembro de 2020, com previsão de conclusão em outubro de 2021.
O Banco Aberto, ou sistema bancário aberto, trata-se de um conjunto de regras para compartilhamento de informações e dados financeiros entre as instituições.
Em suma, esse sistema permitirá a abertura dos dados do cliente de uma determinada instituição financeira para que outras empresas possam acessá-los.
A título de exemplo, quando o sistema estiver no auge de sua implantação, o usuário poderá autorizar que o software de seu contador possa acessar seu extrato bancário para elaboração de sua declaração de imposto de renda, evitando que o processo tenha que ser feito manualmente.
Enfim, a promessa é uma desburocratização do sistema bancário brasileiro, redução de custos e aumento da concorrência, que hoje basicamente é restrita a cinco instituições, sendo elas Banco do Brasil, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander.
Desse modo, já existe previsão de integração de algumas funcionalidades do Open Bank com o PIX, que inicia em novembro, dependendo apenas de regulamentação para sua integração.
ÍNDICE
Início do Open Bank no Brasil e integração com o PIX
O PIX é uma inovação lançada pelo Banco Central, e deverá ocorrer a partir de novembro deste ano.
Trata-se de uma nova modalidade de transferência bancária parecida com a atual TED (Transferência Eletrônica Disponível), porém com efeitos produzidos em tempo real, 24 horas por dia, sete dias por semana.
Dessa forma, com a implantação do PIX, transferências monetárias eletrônicas terão transmissão da ordem de pagamento e disponibilidade de fundos para o usuário recebedor no instante em que forem realizadas.
Hoje uma TED, se realizada após as 17 horas, produzirá efeitos apenas do dia seguinte, além de não contemplar os finais de semana.
Esse tipo de transação inovadora ganhou o nome de PIX, e visa não apenas aumentar a velocidade em que transações bancárias são realizadas, mas também alavancar a competitividade e eficiência do mercado, baixar seus custos, aumentar a segurança e proporcionar uma melhor experiência ao usuário.
Considerado como sendo apenas o começo do processo de implantação do Open Bank, a integração de funcionalidades de pagamento com o PIX traz a promessa de alterar diretamente a forma como as pessoas pagam suas contas ou fazem compras, pois irão eliminar a necessidade de utilização de dinheiro ou cartões de débito e crédito.
Há ainda a eliminação da necessidade de emissão de boletos físicos, o que reduz consideravelmente o custo das operações.
Assim, os pagamentos instantâneos estão sendo desenhados para aprimorar a experiência do usuário tanto por pagadores como por recebedores.
Após a regulamentação, inicialmente as transações poderão ser realizadas por meio de três formas:
– Chaves ou apelidos, que facilitarão as transações vez que eliminam a necessidade de inserção de diversos dados para realização das operações;
– QR Code estáticos ou dinâmicos, com leitura efetuada por meio de qualquer smartphone, onde pagadores e recebedores poderão utiliza-los sem necessidade de intermediários como operadoras de maquinhas de cartão, diminuindo significativamente os custos da transação;
– Pagamentos utilizando tecnologias de aproximação, como a Near-field Communication (NFC);
Vantagens da integração de funcionalidades com o PIX
– Mais rápido, barato e seguro;
– Mais prático, pois poderão ser utilizados os contatos do celular para efetuar pagamentos;
– Mais simples, bastando um dispositivo eletrônico para realizar a transação, como um smartphone, dispensando uso de cartão, cheques, dinheiro, maquininhas, etc;
– Possibilidade de integração com outros serviços no smartphone;
– Disponibilização imediata dos recursos ao recebedor;
– Facilidade de automatização e conciliação de pagamentos;
Open Bank – Compartilhamento de informações por meio de APIs
Considerada por especialistas como uma inovação ainda mais radical, a utilização das chamadas APIs trará aos clientes a possibilidade de compartilhamento de suas informações financeiras, hoje restritas aos bancos, com qualquer outra instituição regulamentada pelo Bacen.
Uma API é a tecnologia por trás da plataforma aberta, permitindo a desenvolvedores criarem aplicações e serviços com uso de informações de uma instituição financeira.
A promessa é que o cliente poderá escolher quais informações serão compartilhadas e quais empresas poderão utilizar esses dados.
A título de exemplo, com o Open Bank, um cliente poderá acessar os dados de sua conta corrente no app da sua corretora de investimentos.
Dessa maneira, a expectativa é que no futuro, todos os dados estejam disponíveis em um único aplicativo.
Assim, caso uma pessoa queira financiar um veículo por exemplo, bastará acessar a plataforma e conferir todos os bancos com propostas disponíveis para seu perfil.
Isso deverá trazer uma maior concorrência além da transparência das informações, gerando a expectativa de diminuição de custos ao consumidor.
Além disso, com a abertura dos dados, será possível a uma determinada instituição acessar os dados do seu concorrente e conhecer o que seu cliente almeja.
Outros benefícios do Open Bank
Apesar de as grandes instituições financeiras serem consideradas seguras e confiáveis pela maioria da população, o excesso de burocracia esta dentre as principais reclamações do usuário.
Dessa forma, com a implantação do Open Bank, o contratante do serviço poderá utilizar com mais facilidade serviços de outros bancos.
Juntamente com o PIX, que instituiu a portabilidade do número da conta, o usuário poderá trocar de banco livremente, o que irá obrigar ao prestador de serviços a evoluir e melhorar a experiência que proporciona aos seus clientes, assim como ocorreu com os taxistas em relação aos aplicativos de transporte.
Por fim, a tendência é que a concorrência se torne muito mais acirrada, principalmente pela vantagem competitiva proveniente dos bancos digitais, que não possuem agências.
De acordo com especialistas, com a introdução do Open Bank haverá menor concentração bancária e disputa pela oferta de serviços e produtos financeiros, tornando mais eficiente o sistema como um todo.
Qual o lado negativo da implantação dessa tecnologia?
De modo geral, a percepção do brasileiro em ralação a implantação do Open Bank é positiva.
De acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria EY denominada Open Bank Opportunity Index, mostrou que cerca de 73% dos clientes ficaram confortáveis usando um provedor bancário online e 53% se sentiram confortáveis com o compartilhamento de seus dados com terceiros, desde que exista garantia sobre a segurança da operação.
Porém nem tudo é um mar de rosas, havendo uma forte preocupação com a parcela mais carente da população.
Há possibilidade de que apenas os tecnófilos sejam beneficiados com a tecnologia, vez que poderá haver uma maior exclusão financeira daqueles com baixa renda.
Conforme afirma Mick McAteer do Centro de inclusão Financeira do Reino Unido, é ingenuidade dos reguladores esperar que os clientes possuam seus dados e consigam melhores ofertas dos bancos.
Ele aponta o risco de os clientes serem explorados, seja por empresas que oferecem novas espécies de crédito consignado e empréstimos caros ou abusivos, seja por abuso de dados e informações pessoais que as pessoas revelaram em lugares como redes sociais.
Além disso haverá uma maior exposição de dados de clientes considerados maus pagadores, dificultando o acesso ao crédito, juntamente com aumento da exposição às fraudes em pagamentos pela precariedade na infraestrutura de proteção aos dados.
Como evitar armadilhas bancárias
Decerto que, com Open Bank ou sem Open Bank, o consumidor deve ficar atendo às cobranças abusivas, inclusões de tarifas indevidas embutidas em contratos e taxas de juros acima da média de mercado.
O Brasil ostenta o título de ser detentor de uma das maiores taxas de juros do mundo, onde o consumidor paga a conta do recorde de lucro ano após ano das instituições financeiras.
A saber, mais de 90% dos contratos bancários possuem algum tipo de irregularidade, passíveis de revisão.
Dessa maneira, cabe ao consumidor efetuar uma análise completa de sua dívida para evitar armadilhas.
Ao efetuar o Cálculo Revisional Gratuito, é possível identificar essas cobranças abusivas e economizar mais da metade do valor da dívida ao deixar de pagar juros abusivos.
Dívidas bancárias como empréstimos, financiamentos, cartões de crédito e cheque especial, são passíveis de revisão.
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